sexta-feira, 21 de março de 2008

 

A Morte de Heitor (O Fim da Ilíada)

O velho Príamo, rei de Tróia, viu, com pavor, Aquiles vestido com a sua brilhante armadura, aproximar-se de seu filho. Quando o herói grego se encontrava muito perto do seu inimigo, o próprio Heitor teve medo e se pôs em fuga. Aquiles deu três voltas às muralhas da cidade, em sua perseguição. Finalmente, Heitor parou e fez-lhe frente. O duelo começou.
Os dois heróis lançaram um sobre o outro o seu dardo, mas sem se atingirem mutuamente.







Com a coragem do desespero, Heitor tirou então a sua espada e precipitou-se sobre o seu inimigo. Mas Aquiles lançou um outro dardo e desta vez com tanta força que Heitor foi trespassado por ele.

Aquiles tirou a armadura ao cadáver e vingou o seu amigo morto arrastando o corpo de Heitor atrás do seu carro. Levou-o assim até à sua tenda, onde o abandonou, sem sepultura, aos cães e às aves de rapina.






Em seguida organizou uma brilhante festa à memória do seu amigo Pátroclo:
"Muitos bois, muito gordos, mugiam e escabujavam com o ferro no pescoço; muitos carneiros balantes e cabras berrantes, muitos cavalos bem cevados, fora da boca os dentes brancos, estavam a assar sobre as brasas, entre labaredas de Hefaistos. Por toda a parte, em volta do cadáver, como despejado a potes, corria o sangue".
Em seguida acendeu-se uma enorme fogueira, onde foi queimado o morto, com os seus cavalos e os seus cães preferidos e, sobre as suas cinzas foi levantada uma campa.


Finalmente, os deuses tiveram piedade de Heitor e da sua família. O próprio Zeus chamou Tétis: esta deveria persuadir seu filho Aquiles a entregar o corpo de Heitor a seu desolado pai. Quando o troiano entrou na tenda de Aquiles, o herói deixou-se enternecer pelos queixumes do velho. Chorou mesmo e declarou que lhe entregaria o corpo de Heitor.
Tróia encheu-se de lamentações quando os restos mortais do herói foram trazidos para a cidade, onde foi incinerado com grande pompa.








Assim termina a Ilíada.
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terça-feira, 4 de março de 2008

 

A morte de Pátroclo e o regresso de Aquiles

Os gregos já só tinham esperança em Aquiles. Pátroclo apressou-se a ir junto do seu irmão de armas para mostrar-lhe até que ponto era desesperada a situação. Suplicou a Aquiles que os ajudasse. Se, ao menos, os troianos o vissem no meio do combate, perderiam imediatamente a coragem.


Mas Aquiles permaneceu inabalável. No entanto, se a sua armadura pudesse perturbar os troianos, Pátroclo podia levá-la e conduzir os homens de Aquiles ao combate.
Dito e feito. À vista da armadura de Aquiles, todos pensaram - amigos e inimigos - que o próprio Aquiles voltara a participar no combate. Os Gregos retomaram a coragem.
Em contrapartida, os Troianos ficaram cheios de medo e só tiveram um pensamento: procurar a sua salvação na fuga. Os Gregos lançaram-se em seu perseguição.
O carro de Pátroclo estava muito à frente das linhas gregas e muitos troianos morreram às mãos do seu condutor. Mas às portas da cidade Heitor parou o seu carro. Fez meia volta e precipitou-se ao encontro de Pátroclo. Finalmente, atravessou com a sua lança o inimigo e, como troféu, levou para Tróia a armadura de Aquiles.



morte de Pátroclo



Quando Aquiles sou que tinha perdido o seu melhor amigo e a sua armadura, enfureceu-se. Desfeito em pranto, atirou-se ao chão. Prometeu a si mesmo não dar sepultura ao seu amigo morto antes de trazer a cabeça de Heitor como troféu. As lamentações de Aquiles chegaram à resplandescente gruta, no fundo do oceano, onde vivia Tétis, a mãe do herói. Preocupada, veio à superfície e tentou consolá-lo. Prometeu-lhe que Hefesto, o deus do fogo, lhe forjaria, a seu pedido, uma nova armadura. No dia seguinte, de manhã, o herói pôde vestir a nova armadura, mais bela do que a antiga, e,com uma voz de trovão, reuniu os Gregos. No meio das aclamações de todos os guerreiros, reconciliou-se com Agaménmon. E, em seguida, ao combate!

A luta foi tão terrível que os próprios deuses, que até àquela altura só tinham ajudado os seus protegidos nos momentos críticos, tiveram de entrar em luta.
Aquiles só tinha um pensamento: vingar o seu amigo; e semeou o terror e o luto entre os Troianos:
"Aquiles, do outro lado, pulava como um leão. Um leão devastador que quer comer gente, muita gente, uma povoação inteira. A princípio, desdenhoso, marcha sem grandes pressas; mas quando um dos homens vigorosos, lestos como Ares, o feriu com a lança, então retrai-se, concentra-se em si próprio, mostra as faces, a espuma ferve-lhe nos dentes, o coração anseia e parece dizer que é demasiado pequeno para conter tanta braveza; agita a cauda e a faz estalar nas ancas, excitando-se ao combate, e, os olhos duas fornalhas, arroja-se para a frente, a direito, com ímpeto e valentia, e tanto lhe dá matar como morrer.
Assim, Aquiles, exaltado ao extremo, cheio de ardor e coragem viril, estava prestes a carregar o magnânimo Eneas".

A derrota atingiu os Troianos, que se refugiaram nas muralhas da sua cidade. Só Heitor permaneceu fora delas.
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